segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Momento VI

Como se não o visse mais, o desejo;
respiro-te como se fosse permitido
e assim, agrego-o a mim, inamovível.
Deixas a cama minha inundada de anseios
e entre eles, não há dependência.
Por que te amo, não dependo.
Pouco me importa o que dizes,
e se perguntarem se me amas,
negue.
Colo-me a compaixão.

Não é justo exigir que seja terreno
o que no meu peito é celeste,
recuso-me reter a eternidade num quarto lacônico.
Se te assustas, prenderei-me a mim
e o deixarei entre as pedras do próprio lar.
Não me importa o que há a sua volta.
Quero-te. Se não crês no amanhã,
prova o quão frouxo estão nossos laços,
temos pouco tempo para refazer os nós.

Não compare a petúnia com a semente
e sim com a raiz
para que seja dissoluta toda despedida.

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