sexta-feira, 28 de maio de 2010

Distração da Fantasia

Se todo coração uma ponte esconde
Tive a certeza de que virias comigo
Pois sua costela sou eu
Diante do infinito contorno
das nossas vidas

S/D

Bandeira

Satisfeita por papéis não ter findado
Deparo-me com o vácuo no peito
Procuro fechá-lo com álcool iodado
Mesmo tendo fenecido o que nunca foi refeito

O sujeito falta alguma faz, o buraco
é recheado de sonhos e inocência perdida.

É a minha humana ladradura.

S/D

Casar

Casar pela alma, pelo bem, pelo amor
pela companhia, e até pela aliança
pela união dos corpos sempre em fervor
com os desejos, os sonhos e as esperanças.

Em mim, somente o desejo de desejar
a vocês o cheiro da delicadeza da vida,
que as desavenças sejam leves como plumas
mas a que simplicidade nunca seja perdida.

E que também possuam os desejos mais devassos,
que cantem, dancem e sintam a mesma música
respeitando seus próprios rítimos,
sem nunca deixar de estar no mesmo compasso.

Mas...Antes de tudo,
que esteja sempre aceso o desejo de partilhar
que nunca hesitem em compartilhar as vontades,
as idealizações, os sonhos e as verdades,
deixando cada vez mais estreito o laço
fazendo de uma só pegada, dois passos.

E que cada primavera seja única
para que sempre se surpreendam
com a beleza da flor,
mas que tenham sensibilidade
suficiente para chegar até a semente
pois é lá que se origina o amor.

Que sejam acompanhados pela ânisa
incasável e infinda do amor demais
que consigam permecer juntos em pensamento,
ou se distanciem na paz,
mas que acima de tudo, sejam dois
como um só faz.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Teoria

É o gosto amargo do mel,
tão doce que provoca nauseas intensas.
A náusea de estar condicionado
a sentir o que o músculo sente,
com os poentes lambusados de lama
pelos dias findos ao acaso que sempre mente.
Ilusões vendidas a longo prazo
em troca do presente perdido.
As verdades partidas dentro do útero
ao invés de serem paridas.
A culpa como reflexo da covardia
do futuro incerto, só de teoria.
"-Olha menina, não seja tão egoísta,
Deus vai te castigar!
Coloque teus sonhos em oferta
que por eles algum magnata vai pagar."
Esquecemos quem somos para tornarmo-nos
lixos estagnados nas calçadas.
Que a ventania leve-nos em direção
ao nada, ao tiro pela culatra.
Que a liberdade não seja nosso moralismo
e sim nosso lirismo. Gozemos o lirismo.
São grande porcos fétidos e inúteis
que nos induzem a dar as costas ao nossos
verdadeiros anseios por sermos fúteis, pequenos.
E hoje de todas as certezas me desfaço.

-Oh Vida, me pari novamente que eu quero ser grande.