terça-feira, 11 de maio de 2010

Teoria

É o gosto amargo do mel,
tão doce que provoca nauseas intensas.
A náusea de estar condicionado
a sentir o que o músculo sente,
com os poentes lambusados de lama
pelos dias findos ao acaso que sempre mente.
Ilusões vendidas a longo prazo
em troca do presente perdido.
As verdades partidas dentro do útero
ao invés de serem paridas.
A culpa como reflexo da covardia
do futuro incerto, só de teoria.
"-Olha menina, não seja tão egoísta,
Deus vai te castigar!
Coloque teus sonhos em oferta
que por eles algum magnata vai pagar."
Esquecemos quem somos para tornarmo-nos
lixos estagnados nas calçadas.
Que a ventania leve-nos em direção
ao nada, ao tiro pela culatra.
Que a liberdade não seja nosso moralismo
e sim nosso lirismo. Gozemos o lirismo.
São grande porcos fétidos e inúteis
que nos induzem a dar as costas ao nossos
verdadeiros anseios por sermos fúteis, pequenos.
E hoje de todas as certezas me desfaço.

-Oh Vida, me pari novamente que eu quero ser grande.

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