quarta-feira, 17 de março de 2010

Momento II

Até que a carne dura transforme-se candura,
Rogo pela cadência da minha agonia
Para que no meu quarto se faça versos de amor
No qual bailo em paixão e ardência,
Suplicando para que haja permanência
Antes que talvez te aborreças de mim
E no meu poema se faça injúria.

A noite ponho-me a repousar anestesiada
Pelo aroma de almíscar, enquanto a estrela do desejo
Mostra-me o gozo ao foder extasiada.
Suponho que se a voz da ternura estivesse dentro
Eu jamais a ouviria, mesmo emanada desse corpo
Que com tanta altivez se desfez da redescoberta.

Com um sopro, toma o meu sonho mais delicado
Antes que transformem-me em um poço de despudor
E tudo se faça disforme.

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