terça-feira, 29 de setembro de 2009

Em dois tempos...

Parte I

Antes...antes houvesse a abdicação
Dos meus sentimentos, do imenso nó
Que trago com a sua falsa alegação
De que só nada faz quando parte só

Me trai com seus vícios na madrugada
Enquanto vejo seu outro lado vicejar
Sinto rolar pela face a gota salgada
Afogando-me agustiada no meu penar

O pássaro da solidão mostra que gastas
O que tem de mais puro e suas pecúnias
Mas quando retornas, encho-me de graça
E tomo-o para o meu leito, sem injúrias


Parte II

Depois...depois houvesse uma revolução
Penetraria como gancho na tua essência
E arrancaria o seu vício com mansidão
E se necessário, comeria sua carência

Cuspiria o que o entorpece nas catedrais
Chamaria os Querubins, Serafins e afins
Contaria com os búzios,cartas e os meus ás
Até que nada mais, nada o furtasse de mim

Adormeceria com olhos fechados para razão
Sabendo que irá o nosso amor fenecer
E esperarei pela aurora do próximo verão
Já que nesse a boêmia não soube padecer

6 comentários:

  1. isso me lembra um capítulo da minha vida

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  2. e esse "parte" significa "tomo" ou "parte" do verbo "partir, ir embora"?

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  3. Isso tb me lembra um capítulo da minha vida... Acho que td mundo ja viveu um capitulo assim! Saudades... :)

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  4. sabe que é uma obra... parabens!

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