domingo, 5 de julho de 2009

Falando de lado

Atrelada entre a mentira e o avesso da verdade
Vejo-me perdida como quem chega do bar
Imersa incontestavelmente na gaveta vaidade
Sinto fortemente doer a densa idade do olhar

Emaranhada entre seus pelos e poros imorais
Olho-o rir deliberadamente e brincar de amor
Essa é minha respiração que anda para trás
Como se fossem negras nuvens sentindo dor

Fingir matar a gélida presença da sua sombra
Tornou-se um vício inebriante e prazeroso
Fazendo-me crer no seu vocabulário lacunoso

O tempo atravessa as paredes da minha casa
Permitindo-me tocar levemente a minha cicatriz
Já é quase madrugada e estou farta de ser atriz

2 comentários:

  1. Interessante...Quando começo a ler qualquer coisa eu vejo logo o tema. Acho que já virou uma mania de saber se ele tem uma sincronia com o texto. "Falando de lado" não está por inteiro, então se está falando de lado, está falando pela metade ou fingindo...Comcerteza no momento eu te vejo "perdida como quem chega do bar", sem saber ao certo o que fazer nem onde ir...Agora uma coisa é certa é muito difícil você ter que ensenar o tempo todo e as vezes perder-se sem saber mesmo quem é que está ali "estou farta de ser atriz", acho que você deveria criar um artifícil pra se equilibrar...Você me surpreende sempre Celle. Continue assim, te amo!

    ResponderExcluir
  2. Belo Texto...

    Vejo-me perdida como quem chega do bar

    Gostei demais desta frase

    ResponderExcluir